Como ler rótulos: Aproveite o que tem em casa e faça escolhas eficientes e saudáveis em tempos de pandemia
Já os seus avós, muito provavelmente, diziam que os alimentos que vinham da terra é que eram bons certos? De facto, não deixam de ter razão! É preferível o consumo de alimentos aos quais não tenhamos de associar uma embalagem.. falamos obviamente dos legumes e da fruta. Contudo, a evolução da tecnologia, do processamento de alimentos e da necessidade de alimentos rápidos e práticos, assim como, a necessidade de conservação de alimentos por mais tempo fez-nos usar mais as embalagens e menos os produtos não embalados.
Até aqui tudo bem. Evoluimos, logo a sociedade, a tecnologia e a indústria também evoluiram. Com isso, é necessário informar o consumidor da constituição do produto, não só pela crescente necessidade de estabelecimento de objectivos de peso, como de excepções nomeadamente, intolerâncias a determinados produtos e/ou componentes.
A necessidade de simplificar um rótulo é urgente. Demasiadas informações num curto espaço, deixam muitos consumidores sem perceber a constituição real do produto. E é isso que vamos tentar perceber com este artigo.
O Regulamento da Rotulagem Alimentar, refere algumas caracterísiticas como menções obrigatórias, nomeadamente (passando a citar o Regulamento (UE) N.o 1169/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Outubro de 25 de Outubro de 2011):
- A denominação do género alimentício
- A lista de ingredientes (explicado mais à frente neste artigo)
- A indicação de todos os ingredientes ou auxiliares tecnológicos (..) ou derivados de uma substância ou produto (…) que provoquem alergias ou intolerâncias, utilizados no fabrico ou na preparação de um género alimentiício e que continuem presentes no produto acabado, mesmo sob uma forma alterada (explicado mais à frente neste artigo)
- A quantidade de determinados ingredientes ou categorias de ingredientes
- A quantidade líquida do género alimentício
- A data de durabilidade mínima ou a data-limite de consumo
- As condições especiais de conservação e/ou as condiçoes de utilização
- O nome ou a firma e o endereço do operador da empresa do sector alimentar (…)
- O país de origem ou o local de proveniência (….)
- O modo de emprego, quando a sua omissão dificultar uma utilização adequada do género alimentício
- Relativamente às bebidas com um título alcoométrico volúmico superior a 1,2%, o título alcoométrico volúmico adquirido
- Uma declaração nutricional (explicado mais à frente neste artigo)
Mais do que saber interpretar os constituintes de um rótulo saiba que a LISTA DE INGREDIENTES apresenta os constituintes do produto, do maior para o menor. Pode verificar que o primeiro constituinte é o que o produto apresenta em maior quantidade, diminuindo de forma progressiva, até ao menor. Tenha ainda em consideração algumas INTOLERÂNCIAS E ALERGIAS que eventualmente poderá sofrer. Qualquer constituinte alergénio aparecerá a negrito (bold) como forma mais fácil de identificação.
Na DECLARAÇÃO NUTRICIONAL de um produto têm de forma obrigatória, constar: O Valor energético, lípidos, hidratos de carbono, proteínas e sal. Ao observar um rótulo o primeiro valor que vai observar é o VALOR ENERGÉTICO. Este valor representa a energia proveniente dos denominados macronutrientes, as proteínas, hidratos de carbono e gorduras. De forma mais simples, quer isto dizer que, o valor energético representa as quilocalorias do produto que observa. No rótulo este valor é expresso sobre a forma de quilocalorias e quilojoules, sendo que 1Kcal equivale a 4,16kj. O número de quilocalorias que o produto apresenta representa, desta forma, um valor de quilojoules e, como tal, da energia fornecida aquando do seu consumo.
De seguida, verificará a existência de um novo valor – os LÍPIDOS. Também conhecidos por gordura, representam isso mesmo a quantidade de gordura presente no alimento. O importante aqui é, em primeiro lugar, explicar que os lípidos possuem uma acção importante no organismo – regulam a temperatura corporal e constituem reserva energética em situações de emergência – mas, nada disto significa que podemos consumir gorduras em excesso.
Aqui, e de seguida, irá observar os ÁCIDOS GORDOS SATURADOS – trata-se de uma gordura de origem animal presente em alimentos como produtos de charcutaria, gordura da constitução das carne e pele das aves.
Os HIDRATOS DE CARBONO parecem de seguida no rótulo. Também denominados glícidos, tem como função fornecer energia para o normal funcionamento do organismo. Alimentos como massa, pão, arroz, farinha, cereais de pequeno-almoço, batatas, açúcar e mel são alguns exemplos de alimentos fornecedores de hidratos de carbono. Imediatamente a seguir, aparecem os hidratos de carbono, DOS QUAIS AÇÚCARES. São estes os temíveis, aqueles que temos mais cuidado e queremos que tenham menor presença na nossa alimentação. Alimentos como fruta, açúcar e produtos de pastelaria são fontes deste componente.
As PROTEÍNAS presentes em alimentos como carne, peixe, ovos, lacticínios e leguminosas, são responsáveis pelo crescimento, desenvolvimento e consequente manutenção dos nossos órgãos.
A FIBRA, responsável pela diminuição do risco de obstipação e de outras doenças não transmissiveis, como a obesidade, cancro e doenças cardiovasculares, é um dos outros componentes de um rótulo. Esta está presente, especialmente, em alimentos como fruta e hortícolas, mas também em cereais e leguminosas.
Por fim, mas não menos importante e tendo em consideração a elevada taxa de problemas cardíacos em Portugal, o SÓDIO, apresenta um papel de destaque no rótulo. Existe no comum sal de cozinha, mas também em produtos de charcutaria, bolachas e alguns cereais de pequeno-almoço.
Provavelmente, muito fica por dizer, mas para se aconselhar melhor nada do que solicitar ajuda a um/a Nutricionista. Este profissional, mais do que ninguém, poderá ensiná-lo/a a ler um rótulo e, consequentemente, a optar por alimentos mais saudáveis. As idas ao supermercado não precisam de ser dificeis.
Cuide de si e dos seus! Fique em segurança!