O isolamento social está a colocar desafios a muitas famílias! Gerir as crianças em espaços fechados durante a pandemia não é uma tarefa simples e tudo se complica mais quando as famílias são numerosas, quando os pais estão em teletrabalho e quando os professores enviam trabalhos que necessitam ser realizados. Assim sendo, para sobreviver, todos sem exceção vão precisar de se adaptar e encontrar, com flexibilidade e novas estratégias para organizar o seu dia-a-dia. Leia este artigo e fique a conhecer algumas dicas para enfrentar o isolamento social com os filhos.

Conselhos para enfrentarem o isolamento social com os filhos

Os pais são também aconselhados a ter uma “dose” reforçada de paciência, compreensão e criatividade. Para quem está em teletrabalho com as crianças, é sugerido que aceitem o facto de não conseguirem trabalhar o número de horas que trabalhariam numa situação normal e que a produtividade será de certa forma menor. Afinal, para além do trabalho normal, têm de ser educadores /professores, cozinheiros, técnicos de manutenção do lar e resolver todas as birras e conflitos que possam existir durante o horário normal de trabalho.

Como lidar com a situação?

Para as crianças sobreviverem (e nós, pais, também) ao isolamento em família, não existem fórmulas mágicas, mas, talvez o segredo seja a forma como se olha para a realidade e ter um discurso positivo e verdadeiro: a verdade torna-nos mais fortes e mais cooperantes. Se nós estamos assustados, imaginem as nossas crianças!!!

8 Dicas úteis para enfrentar o isolamento social com os filhos:

1- Falar mas, ouvir, ouvir, ouvir . . .

Comecem por ouvir os vossos filhos; façam-lhe perguntas como: “Já ouviste os teus amigos, ou pessoas na televisão a falar sobre esta doença?”; “Sabes o que é?”; “Queres perguntar alguma coisa?”; “O que mais te preocupa?”. Dessa forma, perceberão o que as crianças já sabem e quais são os seus medos específicos e assim terão a oportunidade de corrigir ideias erradas sobre o assunto.

2- Aceitar a situação

Diariamente é preciso aceitar e lembrar às crianças que estamos em tempos de isolamento para nos protegermos, para estarmos seguros e que assim ajudamos a conter a propagação do vírus. Por isso, a situação pode ser uma oportunidade para passar mais tempo em família e aumentar a gratidão pelas coisas que gostamos.

3- Elaborar um plano familiar semanal (ou diário, se preferirem)

É fundamental para “garantir que todos sobrevivem”. Este plano deve ter a colaboração das crianças e devem ser negociados os momentos de estudo, lazer e atividades em família.

4- Mantenham as rotinas e horários habituais

O plano deve ser o mais próximo da realidade vivida, isto é, tentar manter a normalidade possível. Assim, consegue-se garantir que os horários de refeição, de sono, de estudo e trabalho, de lazer e descanso, são respeitados.

5- Incluir momentos de prática de exercício físico

No plano, mesmo em casa, e que seja adaptado a todas as idades;

6- Gerir os momentos de entretenimento

Em frente a ecrãs: as crianças não precisam, nem devem, estar demasiado tempo a ver televisão, tablets e computadores. Como tal, incentive-os a ler um livro, pintar um desenho, realizar um teatro de fantoches ou, apenas, a brincarem sozinhos.

7- Brincar com as crianças

Nem sempre é fácil e simples mas é uma das interações mais positivas que podemos ter com elas, pois reforça os comportamentos de tolerância, cooperação e afeto. Desligue a televisão, coloque o telemóvel em silêncio e durante 30 minutos, todos os dias, esteja totalmente disponível para o(s) seu(s) filho(s).

8- Gerir a ansiedade e angústias

No caso de filhos adolescentes, que já passaram a fase das brincadeiras, é importante explicar-lhes a situação. Apoiar e incentivar o contato social que eles tanto necessitam com os colegas e amigos, recorrendo às novas tecnologias.

“E já agora, não se esqueçam de vocês . . . Os pais são os modelos, os filhos aprendem por imitação: pais ansiosos criam filhos ansiosos.”