No meu artigo anterior falámos sobre os desafios do isolamento e demos dicas de como apoiar os nossos filhos a viverem esta nova realidade de forma saudável e positiva. Hoje, falaremos sobre os segredos do Mindfulness e como esta “atenção plena” vos pode ajudar, seja a adultos como crianças.
A situação atual, de adversidade, isolamento, regresso à rotina com muitas mudança ao que considerávamos tão certo nas nossas vidas, tornou-nos seres diferentes, com uma nova consciência pessoal, mas trouxe também ao de cima as nossas fragilidades e essa descoberta pode trazer-nos sentimentos difíceis de lidar: stress, tristeza, ansiedade, medo, etc .
É fundamental que possamos incluir na nossa rotina diária algum tipo de autocuidado, para aumentarmos a nossa capacidade de resiliência.
O que é o Mindfulness?
O conceito de Mindfulness, de acordo com Kabat-Zinn (1990), é uma perspetiva que consiste em:
- prestar atenção,
- intencionalmente,
- no momento atual,
- sem julgar e
- na vivência enquanto esta desabrocha
Essa posição é definida em oposição ao piloto automático, caracterizado por viver sem prestar atenção ao momento, baseando-se em julgamentos feitos previamente e em conceitos categóricos.
Assim, em momentos de maior stress ou dificuldade, ou simplesmente para descontrair e “treinar a mente”, experimente seguir estes 3 passos:
- “Respirar apenas” -> faça uma pequena pausa e feche brevemente os olhos, se possível (pode ser deitado, sentado, em casa ou até quando se desloca para outro local). Durante 1 minuto sinta as suas respirações, deixando fluir naturalmente, sem alterar nada. Uma maneira simples de observar a respiração é notar os movimentos no abdómen e no peito. “Apenas respire” e esteja atento à sua respiração.
- “Permitir e aceitar” -> é usual que em momentos difíceis sinta sensações e sentimentos desagradáveis, que se manifestam quer no corpo como na mente. Vamos aceitar essas sensações e sentimentos, se possível, localizando-os no corpo. Permitir e aceitar significa que, estando consciente que a mente nos pode levar para locais onde existem pensamentos e sentimentos negativos, não os bloqueamos, reconheçamos as nossas condições da maneira como elas estão a ocorrer, no momento. Isto possibilita-nos sair da reatividade e dá-nos ferramentas para compreender e lidar melhor com a situação (resposta, em vez de reação).
- “Discurso de aceitação” -> pode dizer mentalmente algumas frases de autocuidado, ou frases positivas, como, por exemplo, “vou conseguir”, “que eu esteja feliz”, “sou uma pessoa maravilhosa”, ou qualquer outra frase que faça sentido para si, e que contenha a mesma ideia de autocuidado e valorização da auto-estima. O nosso cérebro, assim como reage a frases e pensamentos negativos, também responde a frases e pensamentos positivos, criando um ambiente de bem-estar, renovando as nossas energias e capacidade de lidar com as situações do dia a dia. Assim, ao invés de cairmos no habitual “discurso negativista”, podemos intencionalmente trocar a nossa “voz interna” para algo mais positivo e assertivo. Quanto maior a regularidade desta prática, mais visíveis serão os resultados
Todas estas práticas não são uma “fórmula milagrosa” ou uma “varinha mágica”…. Carecem de investimento da nossa parte, disponibilidade para experimentar, vivenciar, sentir e crescer.
Assim, com uma prática regular, conseguimos mudar um pouco o que vai cá dentro, seja na nossa mente, seja no nosso corpo, e certamente esta mudança será visível nos nossos comportamentos.
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